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segunda-feira, dezembro 30, 2013

Decepção anunciada!

Tão certo como uma operação matemática (aritmética simples, p.explo, 2 + 2 = 4), os resultados observados no Brasil atestam os descaminhos que a Educação tem seguido.

Foi-se, há muito, o tempo em que o "canudo" significava competência. 
Muita gente tem que fazer "mea culpa" neste cenário: patrões e estudantes são ambos responsáveis por parte desta situação (http://www.momenezes.com/2007/12/educao-responsabilidade-de-todos.html, http://www.momenezes.com/2007/12/carta-para-os-empregadores-que-exigem.html)

Com o descrédito em que está caindo o diploma superior no Brasil, dois cenários me ocorrem:
1. O fechamento das instituições que não formam alunos com qualidade e competência - consequência natural do movimento dos alunos em busca de formação séria e de qualidade.
2. Diminuição do número de alunos em busca do diploma de nível superior e um movimento crescente de busca pelo ensino profissionalizante - consequência natural da maior demanda por profissionais bem qualificados de nível médio.

Em algum ponto, estes cenários se cruzam: as instituições de ensino superior precisam perceber que não é possível, em 4 anos, dar uma formação de qualidade e compatível com um diploma de graduação (bacharelado) se nos 3 ou 4 primeiros semestres tiverem que fazer revisão de matemática básica, português e outras disciplinas que deveriam ter sido aprendidas no ensino fundamental e médio. Ou seja, os alunos ingressantes não tem os pré-requisitos básicos para cursarem um curso superior.
Resta, então, elevar a barra, ou seja, é preciso exigir daqueles que desejam o curso superior, que tenham a formação básica mínima necessária, para que os egressos tenham o padrão de competência e conhecimento exigido de um curso superior.

Este movimento tem como consequência natural uma pressão legítima, que deverá ser exercida pela sociedade, para que a educação básica, fundamental e média, forme alunos com competência e conhecimento compatíveis, ou seja, propicie a estes alunos o necessário para que possam almejar o diploma superior. Não se pode roubar destes jovens o direito de sonhar e almejar o conhecimento e a competência. Não se pode roubar de nossa nação o sonho e o desejo de crescer.

Mas é isso que fazem aqueles que dirigem este país quando são coniventes com o "status quo" da educação (http://www.momenezes.com/2010/12/na-contra-mao-do-progresso.html)

Bom 2014 a todos!

quinta-feira, setembro 15, 2011

Esperando o meu livro!


Esta semana encomendei o livro "Nem Monge nem Executivo" de Paul Freston, da Editora Ultimato. Li um trecho online, assisti um vídeo e o que posso dizer?

-- Estou curioso para ler mais!

O livro chama a atenção desde o título - referência óbvia ao "O Monge e o Executivo". O conteúdo, igualmente instigante pelo que pude ler, parece que será muito agradável.


quarta-feira, dezembro 22, 2010

Na contra-mão do progresso

O Orçamento da União que está sendo discutido às pressas no Congresso Nacional prevê corte de R$ 3 bilhões para Educação, Ciência e Tecnologia.

Em contra-partida, o Presidente Lula insiste em manter todos os recursos do PAC, mesmo aqueles que nunca sairam do papel, que são ineficientes e não servem para nada.

Mas isto a imprensa já está falando bastante - e que fale mais ainda, sem esconder esta vergonhosa atitude dos nossos parlamentares e do ainda presidente, que podia sair honrosamente se vetasse este corte infame.

Abaixo, alguns links para notícias da imprensa escrita (Web) sobre o assunto.

 Entretanto, curiosamente me deparei hoje com um relatório feito por três entidades americanas (Academy of Science, Academy of Engineering e Institute of Medicine) sobre os desafios gigantescos que os Estados Unidos precisam enfrentar nas áreas de Educação, Ciência e Tecnologia se quiserem se manter competitivos na economia global do século 21. Este relatório é deste final de 2010. Atualizadíssimo!

O relatório pode ser encontrado em http://www.nap.edu/catalog.php?record_id=12999

Para se ter uma idéia da seriedade que o assunto Ciência, Tecnologia e Educação é tratado nos EUA, abaixo alguns trechos, com tradução minha (livre, e que pode conter erros involuntários):
Apesar das muitas respostas positivas para o relatório inicial, incluindo audiências no Congresso e propostas legislativas, a posição competitiva dos Estados Unidos no mundo enfrenta agora desafios ainda maiores, agravada pela crise econômica dos últimos anos e pelo avanço rápido e persistente no mundo afora da educação, conhecimento, inovação, investimento e infra-estrutura industrial. Na verdade os governos de muitos outros países da Europa e da Ásia têm eles mesmos  reconhecido e seguido agressivamente muitas das principais recomendações do Relatório Rising Above the Gathering Storm, muitas vezes de forma mais vigorosa do que o próprio EUA.  Sentimos também que, em face de tantos outros grandes desafios de curto prazo, o governo dos EUA e a indústria estão deixando questões estratégicas cruciais de competitividade dos EUA deslizarem sob a superfície.
Veja como são as coisas: a receita era para os EUA mas muitos concorrentes viram que ela era excelente e resolveram segui-la! Infelizmente o relatório não menciona que na América Latina algum país fez isso.

O Sumário Executivo é categórico:
Seria impossível não reconhecer a grande dificuldade de se realizar as recomendações do "Gathering Storm", tais como a duplicação do orçamento de pesquisa, no ambiente fiscal de hoje ... com demandas justas após demandas justas confrontando as realidades orçamentárias. No entanto, ressalta-se que tais ações como a duplicação do orçamento da pesquisa são investimentos que precisarão ser realizadas se a nação deseja a manutenção da força econômica para garantir os cuidados com a saúde dos cidadãos, a segurança social, a segurança nacional, e muito mais. Uma analogia que parece relevante é que uma não-solução para fazer uma aeronave com excesso de peso capaz de voar é remover um motor.
Duplicar o investimento em Ciência! Não cortar, Senhora Senadora Serys Slhessarenko.

Mais um pedaço do Relatório:
Robert Solow recebeu um Prêmio Nobel de Economia em parte por seu trabalho que indicou que bem mais da metade do crescimento da produção dos Estados Unidos por hora durante a primeira metade do vigésimo século poderia ser atribuida aos avanços no conhecimento, particularmente na tecnologia. Este período foi, logicamente, antes da explosão tecnológica que tem sido testemunhada nas décadas recentes. O comitê Gathering Storm das Academias Nacionais conclue que um fator primário da economia futura e concomitante criação de empregos será a inovação, amplamente derivada de avanços na ciência e engenharia.  Enquanto somente quatro porcento da força de trabalho da nação é composta de cientistas e engenheiros, este grupo, desproporcionalmente cria trabalho para os restantes noventa e seis porcento.
Alguma dúvida sobre a importância da Educação, Ciência e Tecnologia! Então leia a seção "Factoids" (pg 6) do relatório e fique embasbacado!

Não que os EUA tenham feito a lição de casa - exatamente o contrário. Mas eles nos apontam, gratuitamente, o caminho!

Não há crescimento, melhoria de vida para a população, mais segurança interna e externa, sem investimentos cada vez maiores em Educação, Ciência e Tecnologia.

Que este erro tremendo seja corrigido na Casa de Leis deste País e, quiçá, poderemos ter o Brasil que sonhamos!